MUSICOTERAPIA

Os musicoterapeutas trabalham numa ampla variedade de contextos, incluindo (mas não limitado a) os hospitais psiquiátricos, instalações de reabilitação, hospitais, clínicas privadas, ambulatórios, centros de tratamento, creches, instituições, centros de saúde mental, centros comunitários, programas de substâncias psicoativas e álcool, centros de dia, lares residenciais, programas de cuidados paliativos, instalações prisionais, centros de reabilitação e escolas.

Uma melhor qualidade de vida;

O desenvolvimento da criatividade, fantasia e improvisação, contribuindo para diminuir a rigidez e desenvolver a espontaneidade de pensamento e ação através da música;

O desenvolvimento da independência e autonomia, aumentando a capacidade de iniciativa e autoconfiança da pessoa;

O desenvolvimento da motricidade através do ritmo e do movimento;

O desenvolvimento da capacidade de atenção, o comportamento adaptativo e as capacidades comunicativas e cognitivas;

A aquisição e desenvolvimento de ferramentas emocionais que potenciam o equilíbrio emocional;

A facilitação e o enriquecimento da comunicação o que se reflete em melhor integração social;

Entre outros benefícios comprovados…

Existem diversos benefícios que podem ser proporcionados pela musicoterapia. Ficam aqui alguns dos principais benefícios e que estão cientificamente comprovados:

Autismo - O autismo, também conhecido como Perturbações do Espectro do Autismo, é um transtorno que causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e no comportamento social e emocional das crianças.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo mundo possuem algum grau de autismo.Crianças com autismo podem beneficiar bastante da musicoterapia, pois a utilização de instrumentos pode servir como uma importante ferramenta para incentivar a comunicação e a autoexpressão, trazendo qualidade de vida para o portador da doença, entre tantos outros mais benefícios.

Doenças cardíacas - Segundo um artigo publicado pela Cochrane Library, uma organização sem fins lucrativos parceira de pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o simples ato de ouvir música pode melhorar as frequências cardíaca e respiratória, além da pressão sanguínea em pacientes com Doença Arterial Coronária (DAC). A pesquisa indica que a musicoterapia ajuda a reduzir a pressão sanguínea, melhorar a frequência cardíaca e diminuir os níveis de stresse, entre outros benefícios.

Transtornos neurológicos - Apesar da musicoterapia já ter sido usada de maneira persistente para tratar diversos problemas psicológicos, foi somente nos anos 1980 que pesquisas empíricas começaram a ser feitas nesse campo. Desde então, diversos estudos na área têm sido desenvolvidos, levando em conta diversas patologias. Até hoje, a musicoterapia mostrou-se mais eficaz no tratamento de sintomas como a ansiedade e depressão.

AVC - A música age em diversas razões do cérebro, razão pela qual se mostra tão efetiva no tratamento de vítimas de derrames. Isso acontece porque a música é capaz de despertar emoções e estimular interações sociais, auxiliando na recuperação do paciente.

Demência - É justamente por ativar tantas áreas do cérebro e de maneira tão intensa que a música serve como via terapêutica para tratar sintomas como a demência, tão comum em doenças como o Alzheimer/Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.Ao ouvir música (feito um estudo previamente ao historial pessoal e musical do paciente), este ativa diversos padrões neuronais (sinapses) que não eram estimulados há muito tempo, fazendo com que a pessoa que está a sofrer com a demência “acorde”, de certa forma.

Amnésia - Alguns sintomas da amnésia foram amenizados através de diversas interações com a música, seja quando o paciente toca algum instrumento, ou quando está apenas passivo.

Afasia - Existe uma técnica usada por musicoterapeutas e fonoaudiólogos chamada Terapia da Entonação Melódica, que serve para ajudar pessoas com distúrbios de comunicação causados por danos no hemisfério esquerdo do cérebro. A técnica procura envolver habilidades de canto, estimulando as regiões não danificadas do hemisfério direito a “aprenderem” a falar. Nessa técnica, frases comuns são transformadas em frases melódicas. No início, o paciente fala quase que cantando e aos poucos vai reaprendendo a entonação típica e os padrões rítmicos comuns da fala do dia a dia. 

Vida social - A musicoterapia estimula o potencial criativo e a capacidade comunicativa, mobilizando aspetos psicológicos, biológicos e culturais. É aí que a musicoterapia comunitária ou social entra. Essa modalidade de musicoterapia procura empoderar grupos e possibilitar troca de experiências entre pacientes, para que eles possam se organizar e realizar todos os confrontos necessários para uma vida social de maior saúde.

Um estudo publicado em 2014 analisou como o cérebro funciona quando sob influência de música. Nesse estudo, os pesquisadores colocaram músicos a tocar seus instrumentos enquanto faziam uma ressonância magnética do cérebro. Essa prática serviu para averiguar quais partes do cérebro se acendiam enquanto os músicos tocavam. Além de se constatar que todas aquelas regiões foram de facto ativadas, os pesquisadores pediram que os músicos improvisassem em conjunto. Isso possibilitou a constatação de que o cérebro, quando estamos a improvisar uma música em conjunto, funciona de uma maneira muito similar aquando estamos conversando oralmente com outra pessoa. Essa descoberta serve de apoio para musicoterapia e seus benefícios para processos comunicativos, visto que as mesmas áreas de comunicação se acendem tanto quando estamos conversando como quando estamos tocando algum instrumento com outra pessoa. Além disso, a música ativa diversas regiões do cérebro responsáveis pela memória, como o hipocampo. Isso faz com que ela possa ser utilizada de forma terapêutica em pacientes que sofrem com doenças neurodegenerativas, como por exemplo, o Alzheimer/Parkinson, e outras demências.

Não menos interessante que todas as especulações feitas por sociedades antigas, a história da musicoterapia moderna tem as suas raízes num local bastante curioso: os hospitais militares da segunda guerra mundial. A música nunca deixou de gerar interesse em médicos, mas foi somente aplicada de forma sistematizada e estudada por conta do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A música era utilizada nesses hospitais para ajudar na recuperação de soldados que voltaram da guerra, sendo especialmente voltada para pacientes transtornos mentais e emocionais. A musicoterapia não é uma técnica nova. Muito pelo contrário. Gerou por muito tempo fascinação e é somente a partir do século XX que investigações mais científicas puderam ser feitas a respeito do seu potencial terapêutico. Além disso, hoje, mais do que em qualquer outro momento da história da humanidade, estamos em contato direto com a música. Ela está presente o tempo todo nas nossas vidas, nos nossos fones de ouvido, nos nossos carros, no trabalho, na rua, em todo o lado. Muitas vezes, não temos o tempo necessário para apreciá-la como deveríamos e ela acaba servindo como simples ruído de fundo. Entretanto, se observarmos o potencial terapêutico e as mudanças que ela pode proporcionar na nossa vida, talvez possamos levar uma vida melhor e mais saudável.